Gestão de Terceiros

Tendências da Gestão de Terceiros para 2024

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O momento é propício! As empresas estão realizando o seu planejamento estratégico e para ser mais efetivo nos planos de 2024, é necessário ter insumos relevantes. Por isso, no dia 05/12 realizamos uma live para falar sobre as tendências da gestão de terceiros para 2024, trazendo informações relevantes para apoiar na elaboração do planejamento da estratégia de Gestão de Terceiros das organizações para o ano de 2024. 

Aqui você verá um resumo da análise da nossa pesquisa de mercado que aplicamos em novembro de 2023, dados relacionados ao desempenho empresarial no Brasil, contexto nacional de SST e fiscalização, estatísticas da justiça do trabalho, cenário legislativo e normativo no Brasil, análise da Gestão de Terceiros no exterior e impressões e projeções a partir de dados Bernhoeft.  

Para conferir o conteúdo na íntegra, acesse a apresentação gravada clicando no vídeo a seguir:  

Perfil das organizações e profissionais 

Na nossa pesquisa de mercado observamos a participação de empresas de vários segmentos, distribuídas da seguinte forma:  

Setor Secundário – 38,7%:  

  • Construção Civil;  
  • Indústria; 
  • Aeroespacial;  
  • Aeronaves; 
  • Alimentos;  
  • Automóveis; 
  • Energética; 
  • Naval; 
  • Tecnologia. 

Setor Terciário – 38,7%: 

  • Serviços; 
  • Transporte e Comércio eletrônico; 
  • Varejista.

Setor Primário – 22,6% 

  • Agricultura; 
  • Pecuária;  
  • Extrativismo;  
  • Caça;  
  • Pesca;  
  • Mineração.

Em relação ao perfil dos profissionais, notamos uma predominância nas respostas provenientes de profissionais da área de Gestão de Terceiros, e uma participação mais expressiva de profissionais ligados às áreas de compras e gestão de contratos. Anteriormente, esse tópico era predominantemente abordado por profissionais de Recursos Humanos e jurídico. Um ponto de atenção é a pouca participação de profissionais de saúde e segurança do trabalho.

Volumetria de terceiros e perspectivas futuras 

Podemos observar empresas com tamanhos variados. Um ponto de atenção é que ainda existem empresas que não tem uma percepção sobre a sua quantidade de terceiros, tanto em relação a 2023, quanto a projeção para 2024. Observe:

Em relação a projeção do volume de terceiros para 2024:   

  • 43,8% das empresas irão manter o mesmo volume de terceiros de 2023; 
  • 28,1% informaram que o volume de terceiros será maior em 2024; 
  • 18,8% não souberam informar qual será o volume de terceiros em 2024; 
  • 9,4% informam que o volume será menor que 2023.

Desempenho empresarial no Brasil 

Estabilidade na confiança do mercado é observada em diversos setores, com exceção da indústria, onde identificamos uma redução no nível de confiança. No entanto, há uma perspectiva de crescimento ou, no mínimo, de estabilidade. É crucial enfatizar que os profissionais especializados em gestão de terceiros devem compreender o contexto no qual suas empresas estão inseridas. Ter essa compreensão é essencial para as organizações, pois permite uma reflexão sobre como esse cenário pode impactar a gestão de terceiros. 

O momento também é de retomada de empregos no Brasil, o que significa também mais riscos potenciais.  

A fiscalização vai aumentar! 

Com a disponibilidade de 900 novas vagas no concurso para auditores fiscais do trabalho, é possível deduzir que a fiscalização será intensificada em 2024. Conforme informações do portal de inspeção do trabalho, só em 2023 foram lavrados mais de 400.000 autos de infração. Para as empresas que não implementam um controle efetivo de terceiros, um aumento na fiscalização implica em maior exposição a riscos e possíveis danos à imagem corporativa. 

Estratégia de Gestão de Riscos com Terceiros 

Nesse tópico, perguntamos para as empresas como elas realizam o controle de terceiros. Podemos observar que:  

  • Houve uma queda no controle de terceiros realizado internamente; 
  • Houve um aumento no número de empresas que realizam o controle de terceiros com uma consultoria especializada; 
  • Houve uma redução no número de empresas que não realizavam o controle de terceiros, o que mostra que as empresas estão se preocupando com esse tema.  

O gerenciamento de terceiros realizado internamente pode não ser tão efetivo quanto quando se conta com uma consultoria especializada. O gerenciamento interno pode acarretar custos adicionais, uma vez que exige a alocação de recursos internos, treinamento de equipe e a implementação de sistemas especializados. Além disso, pode ser desafiador para as empresas manterem-se atualizadas com as regulamentações em constante evolução, o que pode resultar em riscos não identificados. É crucial refletir sobre a efetividade e abrangência do controle interno. 

A seguir, os temas de riscos que mais estão no radar das empresas no controle de terceiros:  

  • Aumento de atenção aos riscos reputacionais, financeiro e SST;
  • Redução de atenção aos riscos relacionados ao meio ambiente, trabalhistas e previdenciários.  

  • 40,6% não possuem indicadores de GRT atrelado ao negócio; 
  • 34,4% possuem controle de indicadores; 
  • 25% não sabe informar (fatia expressiva). 

Impressões e projeções a partir de dados Bernhoeft 

Em 2022, 76,5% das empresas conduziam reuniões de apresentação de resultados (RAR) com a direção. Entretanto, em 2023, observou-se uma redução desse percentual para 52,5%. Além disso, constatou-se um aumento no número de empresas que não realizam a RAR, juntamente com um aumento naquelas que não possuem informações sobre a realização dessa prática. Isso pode explicar o menor nível de confiança na GRT frente aos objetivos do negócio. Muitas organizações estão subutilizando seus dados sobre fornecedores e terceiros por não os avaliar e debatê-los com a alta gestão.

Também indagamos às empresas que contam com a gestão de terceiros se percebem benefícios tangíveis na efetividade da gestão de riscos com terceiros. O resultado foi uma percepção de ganhos por 91,5% dos respondentes. 

Serviços mais procurados:  

  1. Avaliação trabalhista; 
  2. Mobilização de trabalhadores.

Prazos adotados nos serviços: 

  1. Avaliação trabalhista: de 10 a 15 dias;
  2. Mobilização: entre 2 e 3 dias;
  3. Homologação: por demanda ou sem definição.

Principais motivadores para investir na GRT: 

Profissionalização da gestão, análise mais profunda, maior controle do processo como um todo, sistematizar o processo (evitar controles muito manuais), expandir o controle sem elevar tanto o custo. 

Principais desafios enfrentados  na GRT: 

  1. Baixa adesão dos fornecedores;
  2. Pouco engajamento dos gestores;
  3. Processos e padrões ainda sendo plenamente executados/seguidos.

Estratégia de Gestão de riscos com terceiros 

O panorama de satisfação em relação ao desempenho dos fornecedores manteve-se relativamente estável de 2021 a 2023. Um aspecto notável é o incremento na avaliação “Muito satisfeita”, que subiu de 1,4% para 6,5%. 

Quanto à perspectiva de investimentos em GRT, mesmo diante da retomada de empregos e do aumento da confiança na economia, não se observa um crescimento significativo na expectativa de investimento para essa área. Existe um alto percentual de empresas que não possuem o entendimento sobre o montante de investimento que será realizado na gestão de terceiros. 

Existência de perdas derivadas de terceiros 

Um alto índice de empresas demonstra falta de clareza em relação aos potenciais impactos financeiros negativos decorrentes de parcerias com terceiros (25%). Esse cenário ressalta a importância de investir na gestão de terceiros, especialmente considerando o significativo percentual de empresas que já enfrentaram perdas nesse contexto (28,1%). A necessidade de aprimorar as práticas de gestão de terceiros torna-se ainda mais evidente diante desses resultados.  

Por outro lado, é encorajador observar que um bom índice de empresas não sofreu perdas financeiras, indicando o impacto positivo de uma gestão de terceiros eficiente. Notavelmente, muitas dessas empresas pertencem ao grupo que busca assessoria de consultorias especializadas, sugerindo que uma abordagem mais estratégica e especializada pode ser um diferencial na mitigação de riscos e na preservação financeira. 

Desempenho empresarial no Brasil 

  • Em 2023, os empreendimentos do segmento de “Serviços” foram os mais afetados e representaram 54% do total de inadimplentes. Em sequência, está o “Comércio”, com representatividade de 37%, seguido pelas “Indústrias” (7,7%), “Setor Primário” (0,8%) e “Outros” (0,5%) – categoria que contempla empresas “Financeiras” e do “Terceiro Setor”. 
  • Em 2023, cerca de 88% das empresas inadimplentes se enquadram como micro e pequenas empresas. 
  • Os dados de 2023 contabilizam apenas os dados de janeiro a agosto. 

Temas que receberão maior atenção na Gestão de Terceiros 

Dentre os destaques identificados, destaca-se um crescente foco na adesão e conformidade por parte dos fornecedores nos programas de gestão de terceiros. Observa-se uma considerável preocupação em aprimorar o suporte e a comunicação com os fornecedores, indicando um reconhecimento da importância desses elementos para o sucesso do programa. Notavelmente, os riscos e reflexos da COVID-19 já não são mais um tema de relevância tão expressiva, sinalizando uma adaptação às mudanças de cenário.  

Por outro lado, nota-se uma diminuição no nível de atenção ao engajamento dos gestores de contrato, o que pode requerer uma revisão estratégica para manter a efetividade. O cuidado com os temas relacionados a ESG (ambientais, sociais e de governança), indicadores e resultados da GT continua no radar, mas ainda não atinge o patamar ideal, sugerindo uma área com margem para aprimoramentos que alinhem as práticas às melhores diretrizes e expectativas do mercado.