A Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é um tema de extrema relevância para empresas e trabalhadores, pois visa garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. No Brasil, as Normas Regulamentadoras (NRs) são os principais instrumentos legais que orientam as práticas de SST, estabelecendo requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Essas normas são fundamentais para a promoção do bem-estar dos trabalhadores e para a redução de custos com afastamentos, indenizações e outros impactos decorrentes de incidentes no ambiente laboral. Entre as diversas NRs, a NR-1 se destaca por estabelecer disposições gerais aplicáveis a todas as empresas e trabalhadores, servindo como um alicerce para a implementação de um sistema eficiente de gestão em SST. Recentemente, a NR-1 passou por uma atualização significativa, publicada pela Portaria MTE nº 1.419 em agosto de 2024. Essa atualização trouxe mudanças importantes que afetam diretamente a gestão de segurança nas empresas, especialmente no que diz respeito à capacitação dos trabalhadores, à digitalização dos documentos e à integração com outras normas. Com a nova redação, as organizações precisam se atentar para as exigências revisadas, garantindo que seus processos estejam em conformidade e evitando penalidades decorrentes do descumprimento das regras. Este artigo tem como objetivo explorar as principais mudanças introduzidas pela nova redação da NR-1, destacando os impactos práticos para as empresas e os desafios que surgem com essa atualização. Abordaremos os novos requisitos para treinamentos, a implementação de sistemas de controle digital e a responsabilidade das empresas na adaptação às novas exigências. Além disso, discutiremos as tendências futuras da SST no Brasil, analisando como a tecnologia, a cultura de segurança e as políticas governamentais podem influenciar o cenário da gestão de riscos ocupacionais nos próximos anos. A evolução da NR-1 e sua importância na SST Desde sua criação, a NR-1 tem passado por diversas atualizações para se adaptar às mudanças no ambiente de trabalho e às novas demandas de segurança. A evolução da NR-1 reflete o compromisso contínuo com a proteção dos trabalhadores e a promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis. Sua importância reside na criação de um marco regulatório que orienta as práticas de segurança, previne acidentes e doenças ocupacionais, e promove uma cultura de prevenção. Principais alterações na nova redação da NR-1 A atualização da NR 01, publicada pela Portaria MTE nº 1.419 em agosto de 2024, trouxe mudanças significativas. Entre as principais alterações, destacam-se: Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO): a nova redação do capítulo 1.5 introduz diretrizes atualizadas para a identificação, avaliação e controle de riscos ocupacionais. Isso inclui a exigência de que as empresas implementem um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que deve abranger todos os tipos de riscos, incluindo físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais. Riscos Psicossociais: pela primeira vez, a NR-1 inclui explicitamente os riscos psicossociais no gerenciamento de riscos ocupacionais. Isso reflete uma crescente conscientização sobre o impacto das condições de trabalho na saúde mental dos empregados. As empresas devem identificar, avaliar e gerenciar esses riscos com o mesmo rigor aplicado aos riscos físicos e químicos. Questões como o assédio moral, que muitas vezes são negligenciadas, agora devem ser abordadas com medidas preventivas e corretivas. Digitalização e eSocial: a atualização reforça a integração com o eSocial, exigindo que os dados relacionados à SST sejam enviados de forma digital. Isso inclui atestados de saúde ocupacional e comunicações de acidentes, facilitando o acompanhamento e fiscalização. Treinamentos remotos: os treinamentos obrigatórios para segurança do trabalho agora podem ser realizados de forma remota, desde que sigam critérios estabelecidos para garantir a qualidade e a eficácia. Direito de recusa: a nova redação reforça o direito de recusa dos trabalhadores em situações de risco grave e iminente, protegendo-os contra consequências injustificadas. NR-1: impacto das mudanças para as empresas As atualizações na NR-1 têm um impacto significativo nas empresas, exigindo adaptações e investimentos para garantir a conformidade com as novas diretrizes. Um dos principais efeitos é o reforço da conformidade legal, tornando essencial que as organizações acompanhem as mudanças regulatórias para evitar riscos de multas e penalidades. Com regras mais rigorosas, a fiscalização se torna mais eficiente, exigindo que os empregadores mantenham uma gestão documental bem organizada e processos alinhados às exigências normativas. Além disso, a exigência de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) mais detalhado e abrangente fortalece a estrutura da gestão de riscos ocupacionais. Esse novo modelo incentiva as empresas a adotarem medidas preventivas eficazes, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e reduzindo a probabilidade de incidentes. A gestão proativa dos riscos também favorece uma cultura organizacional voltada à prevenção, minimizando impactos financeiros e operacionais decorrentes de acidentes e afastamentos. Outro ponto de destaque é a proteção ao trabalhador moderno, especialmente no contexto do trabalho remoto. A inclusão de diretrizes específicas para essa modalidade demonstra a adaptação da norma às novas práticas laborais, garantindo que, mesmo fora das dependências físicas da empresa, os trabalhadores estejam resguardados por medidas de segurança e saúde. Esse aspecto é essencial diante do crescimento do home office e da necessidade de regulamentação adequada para evitar problemas ergonômicos e de saúde mental. A atualização da NR-1 também tem reflexos diretos na redução de acidentes e doenças ocupacionais. A ênfase na avaliação detalhada dos riscos e no monitoramento contínuo das condições de trabalho cria um ambiente mais seguro, prevenindo situações que possam comprometer a saúde dos trabalhadores. Esse foco preventivo não apenas beneficia os colaboradores, mas também reduz custos para as empresas, diminuindo o número de afastamentos, processos trabalhistas e despesas com assistência médica. Por fim, as novas exigências impulsionam investimentos em tecnologia, especialmente na digitalização dos processos e na integração com o eSocial. A adoção de sistemas automatizados para a gestão de documentos e treinamentos torna a administração da SST mais eficiente, proporcionando maior transparência e rastreabilidade das informações. Embora essa modernização exija investimentos iniciais, os benefícios a longo prazo incluem maior controle sobre as obrigações legais, otimização de processos e melhoria na tomada de decisões estratégicas para a segurança e saúde no trabalho. Preparação para a conformidade: passos práticos para adequação Para garantir a conformidade com a nova NR-1, as empresas devem seguir alguns passos práticos: Formação de uma equipe multidisciplinar: engenheiros de segurança, médicos do trabalho e técnicos de segurança devem coordenar as atividades de identificação, avaliação e controle de riscos. Identificação e análise de riscos: realizar inspeções nos locais de trabalho, entrevistas com colaboradores e análise de documentos para mapear todos os perigos potenciais. Elaboração do inventário de riscos: registrar detalhadamente os riscos identificados, classificando-os por tipo e gravidade. Desenvolvimento do plano de ação: implementar medidas de controle baseadas na gravidade e probabilidade dos riscos, priorizando ações preventivas. Implementação e monitoramento: colocar em prática as ações planejadas, capacitar os colaboradores e monitorar continuamente os riscos e as medidas de controle. O futuro da Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil O futuro da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) no Brasil tende a ser influenciado por avanços tecnológicos, novas abordagens voltadas ao bem-estar dos trabalhadores e uma cultura organizacional mais engajada na prevenção de riscos. A transformação digital no setor pode trazer mudanças significativas na forma como as empresas gerenciam a segurança, utilizando dados, inteligência artificial e automação para tornar o ambiente de trabalho mais seguro e eficiente. Uma das principais tendências nesse cenário é o uso da análise de dados e predição de riscos. Com a coleta de informações em tempo real por meio de sensores, dispositivos vestíveis e softwares de monitoramento, as empresas podem identificar padrões e antecipar possíveis riscos antes que eles resultem em acidentes ou doenças ocupacionais. Esse modelo de gestão baseada em evidências tende a permitir uma abordagem mais proativa, reduzindo custos operacionais e aumentando a segurança dos colaboradores. Além da tecnologia, a ergonomia e o bem-estar dos trabalhadores têm a tendência de ganhar mais espaço nos próximos anos. O reconhecimento da saúde mental como um fator relevante para a produtividade pode impulsionar investimentos em programas de apoio psicológico, práticas ergonômicas mais eficazes e políticas voltadas ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Com o crescimento do trabalho remoto e híbrido, as organizações podem enfrentar o desafio de adaptar suas estratégias para garantir que os funcionários tenham condições adequadas de trabalho, mesmo fora das instalações da empresa. Outro aspecto que tende a se tornar mais relevante para o futuro da SST é a colaboração e o engajamento dos funcionários. A construção de uma cultura de segurança eficaz pode depender da participação ativa de empregadores e empregados, promovendo treinamentos mais interativos, comunicação transparente e incentivo à adoção de boas práticas no dia a dia. Ambientes de trabalho onde os colaboradores se sentem ouvidos e valorizados tendem a apresentar menores taxas de acidentes e maior adesão às políticas de segurança. Diante desse cenário, a SST no Brasil parece caminhar para um modelo mais dinâmico, no qual inovação e responsabilidade social se complementam. As empresas que conseguirem integrar tecnologia, saúde e engajamento podem ter um diferencial competitivo, garantindo não apenas a conformidade com as normas regulatórias, mas também um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e produtivo. LEIA MAIS: 6 dicas para aumentar o engajamento e aderência dos fornecedores A atualização da NR-1 representa um avanço significativo na gestão de SST no Brasil, trazendo novas exigências e oportunidades para as empresas. A conformidade com essas normas não apenas garante a segurança e saúde dos trabalhadores, mas também promove um ambiente de trabalho mais produtivo e sustentável. As empresas que investirem na implementação das novas diretrizes estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios futuros e aproveitar as oportunidades de inovação e melhoria contínua. A evolução da SST no Brasil dependerá da capacidade das empresas de se adaptarem às mudanças e de promoverem uma cultura de prevenção e cuidado com a saúde dos trabalhadores. Como a Bernhoeft pode ajudar: A Bernhoeft é uma empresa líder na Gestão de Terceiros. Contamos com uma equipe especializada, que realiza a análise e a gestão documental relacionadas à Saúde e Segurança do Trabalho. Sempre alertas às atualizações normativas, realizamos a análise documental a fim de verificar a conformidade de acordo com as legislações pertinentes. Se você busca a conformidade dos documentos dos trabalhadores terceiros com segurança, expertise e agilidade, entre em contato conosco. Autora: Daniela Siqueira | Analista de Gestão de Terceiros na Bernhoeft
SAIBA MAISAnálise Trabalhista
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