BLOG
Como o estresse no trabalho afeta o desempenho e segurança
A partir de maio de 2025, a Norma Regulamentadora nº 01 (NR 01) passará a incluir diretrizes específicas para a gestão dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Esta atualização representa um marco importante para a segurança e saúde ocupacional no Brasil, pois reconhece oficialmente a importância de gerenciar fatores como estresse no trabalho, assédio moral e sexual, sobrecarga de trabalho e outras condições que podem afetar a saúde mental dos trabalhadores.
Neste artigo, vamos focar em um dos principais riscos psicossociais: o estresse no ambiente de trabalho. O estresse é uma das principais causas de queda no desempenho e aumento dos riscos à segurança. Condições de trabalho desafiadoras, prazos curtos e demandas excessivas podem levar os colaboradores a estados de tensão, afetando tanto sua saúde física quanto mental. Vamos examinar como o estresse impacta o desempenho e a segurança dos trabalhadores, identificando causas, consequências e estratégias para mitigar seus efeitos.
LEIA MAIS: NR-1: a importância da saúde mental para segurança e conformidade legal
Principais causas de estresse no trabalho
O estresse no trabalho pode ser desencadeado por uma variedade de fatores. Compreender essas causas é essencial para desenvolver estratégias eficazes de mitigação. A seguir, exploramos algumas das principais fontes de estresse que afetam os trabalhadores em diferentes setores:
- Sobrecarga de trabalho: demandas excessivas ou ausência de recursos adequados para o cumprimento das tarefas. Por exemplo, um funcionário que precisa lidar com múltiplos projetos simultaneamente sem apoio adequado pode sentir-se sobrecarregado. Essa condição, quando prolongada, pode resultar em esgotamento físico e emocional.
- Conflitos interpessoais: desentendimentos com colegas ou superiores. Um ambiente de trabalho onde há frequentes desentendimentos pode criar um clima de tensão constante. Além disso, a ausência de um diálogo aberto para resolver conflitos intensifica a insatisfação.
- Insegurança no emprego: medo de demissões ou reestruturações. Em tempos de crise econômica, a incerteza sobre a estabilidade do emprego pode aumentar significativamente o estresse, impactando a motivação do trabalhador.
- Falta de controle: sentimento de impotência sobre as próprias atividades. Trabalhadores que não têm autonomia para tomar decisões podem sentir-se frustrados e estressados, o que reduz seu engajamento nas tarefas.
- Pressão por resultados: metas irreais e cobranças excessivas. Empresas que estabelecem metas muito altas sem fornecer os recursos necessários para alcançá-las podem contribuir para o estresse dos funcionários, reduzindo a satisfação no trabalho.
Esses fatores, isolados ou combinados, criam um ambiente de pressão constante, que compromete o equilíbrio emocional dos trabalhadores e, a longo prazo, pode gerar problemas crônicos de saúde.
LEIA MAIS: NRs essenciais na Gestão de Terceiros: Como garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável
Consequências do estresse para o desempenho
O estresse no trabalho afeta diretamente a produtividade e a qualidade do trabalho. Algumas das consequências mais comuns incluem:
- Diminuição da concentração: O estresse reduz a capacidade de foco, aumentando erros. Por exemplo, um trabalhador estressado pode esquecer etapas importantes de um processo, resultando em retrabalho e atrasos nas entregas.
- Queda na criatividade e tomada de decisão: Sob pressão, os trabalhadores tendem a adotar soluções automáticas ou simplistas. Isso pode levar a uma falta de inovação e a decisões que não são as melhores para a empresa.
- Absenteísmo: Afastamentos relacionados a problemas de saúde decorrentes do estresse, como ansiedade e depressão. Esse comportamento gera sobrecarga para outros membros da equipe, criando um ciclo vicioso de pressão.
- Rotatividade: Trabalhadores sob estresse constante são mais propensos a buscar outras oportunidades. A alta rotatividade pode aumentar os custos de recrutamento e treinamento para a empresa e prejudicar a continuidade dos projetos.
Esses impactos não afetam apenas o trabalhador individual, mas também a produtividade global da organização. Empresas que não gerenciam o estresse de seus funcionários podem enfrentar uma queda na qualidade dos produtos e serviços oferecidos, bem como dificuldades para manter equipes engajadas e motivadas. Dessa forma, criar um ambiente de trabalho mais saudável não é apenas uma questão de bem-estar, mas uma estratégia essencial para o sucesso organizacional.
O estresse como fator de risco à segurança dos trabalhadores
Além de comprometer o desempenho, o estresse no trabalho também é um agravante para acidentes. Quando sobrecarregados, os trabalhadores ficam mais propensos a:
- Cometer erros operacionais: falhas por falta de atenção ou pressa para cumprir tarefas. Por exemplo, um operador de máquina estressado pode não seguir todos os procedimentos de segurança, aumentando o risco de acidentes.
- Negligenciar normas de segurança: o estresse pode levar a atitudes impulsivas ou negligentes. Trabalhadores sob pressão podem ignorar protocolos de segurança para economizar tempo.
- Enfrentar dificuldades físicas: o estresse crônico pode causar fadiga, tontura e outros sintomas que aumentam o risco de acidentes. Setores que envolvem atividades de alto risco, como construção civil, transporte e indústrias, são especialmente vulneráveis às consequências do estresse.
Estudos indicam que o estresse no trabalho está associado a um aumento significativo no risco de acidentes devido à diminuição da atenção e aumento da fadiga. Trabalhadores estressados tendem a cometer mais erros e a negligenciar normas de segurança, o que pode resultar em incidentes graves.
LEIA MAIS: Ergonomia no trabalho: importância e benefícios para a produtividade
Estratégias para reduzir o estresse no ambiente de trabalho
Empresas e líderes têm um papel crucial na criação de ambientes de trabalho saudáveis. Algumas estratégias eficazes incluem:
- Promoção de pausas regulares: garantir momentos de descanso durante o expediente. Estudos mostram que pausas curtas e frequentes podem aumentar a produtividade e reduzir os níveis de estresse.
- Treinamentos em gestão de estresse: oferecer palestras e workshops para capacitar os colaboradores a lidar com situações de pressão. Empresas que investem em programas de bem-estar relatam uma redução significativa nos níveis de estresse dos funcionários.
- Clareza nas metas e responsabilidades: estabelecer expectativas realistas e oferecer suporte para o alcance dos objetivos. Trabalhadores que entendem claramente suas responsabilidades têm níveis de estresse mais baixos.
- Ambiente de trabalho positivo: incentivar a comunicação aberta e resolver conflitos de maneira construtiva. Ambientes de trabalho onde os funcionários se sentem ouvidos e valorizados tendem a ter menores níveis de estresse.
- Programas de apoio psicológico: disponibilizar profissionais para suporte emocional aos colaboradores. Empresas que disponibilizam apoio psicológico relatam melhorias significativas no bem-estar geral dos funcionários.
Essas práticas não apenas reduzem o estresse, mas também aumentam a satisfação e o engajamento no trabalho, criando um ambiente mais seguro e produtivo.
A importância da cultura organizacional na gestão do estresse
A cultura organizacional desempenha um papel fundamental na gestão do estresse no trabalho. Uma cultura positiva e de apoio pode ajudar a reduzir os níveis de estresse entre os colaboradores, enquanto uma cultura tóxica pode exacerbar o problema.
- Valores e práticas: empresas que promovem valores como respeito, colaboração e bem-estar tendem a ter funcionários menos estressados. Por exemplo, organizações que incentivam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, oferecem horários flexíveis e promovem iniciativas de bem-estar, como programas de saúde mental, criam um ambiente mais saudável e reduzem o impacto do estresse diário.
- Liderança empática: líderes que demonstram empatia e compreensão em relação às necessidades e desafios dos funcionários contribuem para um ambiente de trabalho mais saudável. Aqueles que praticam a escuta ativa, oferecem suporte emocional e se envolvem de maneira genuína com as dificuldades enfrentadas pelas equipes conseguem criar um clima de confiança e segurança psicológica.
- Comunicação aberta: comunicação clara e aberta é essencial para a gestão eficaz do estresse. Quando os funcionários se sentem à vontade para expressar preocupações, sugerir melhorias e compartilhar ideias, a empresa pode antecipar problemas e criar soluções, diminuindo tensões no ambiente de trabalho.
- Reconhecimento e recompensas: reconhecer e recompensar o trabalho bem feito são práticas que podem reduzir significativamente o estresse. Colaboradores que se sentem valorizados e recebem feedback positivo se tornam mais motivados e menos propensos a sentir pressão excessiva.
- Ambiente inclusivo: promover a diversidade e a inclusão no local de trabalho também é essencial para reduzir o estresse. Ambientes onde todos se sentem aceitos e respeitados, independentemente de suas diferenças, criam um senso de pertencimento que impacta positivamente o clima organizacional.
Empresas que investem em uma cultura organizacional saudável não apenas melhoram o bem-estar de seus funcionários, mas também colhem benefícios como maior produtividade, engajamento, retenção de talentos e uma reputação positiva no mercado. Um ambiente bem estruturado é um diferencial competitivo que atrai profissionais e favorece o sucesso organizacional.
O estresse no trabalho é um fator significativo que compromete tanto o desempenho quanto a segurança dos trabalhadores. No entanto, com estratégias adequadas e o compromisso das lideranças, é possível criar um ambiente onde o bem-estar e a produtividade coexistam. Investir na saúde mental dos colaboradores vai além de uma obrigação ética, é também uma estratégia inteligente para assegurar a sustentabilidade e o sucesso organizacional. Empresas que priorizam a saúde mental de seus funcionários tendem a ter melhores resultados financeiros e uma força de trabalho mais engajada e produtiva.
LEIA MAIS: Indicadores de desempenho de fornecedores
Como a Bernhoeft pode ajudar?
A Bernhoeft é uma empresa especialista na Gestão de Terceiros e é referência no mercado, sempre oferecendo soluções ágeis e descomplicadas. Contamos com uma equipe especializada e estamos sempre atentos às atualizações normativas. Assim, realizamos a análise documental referente à saúde e segurança do trabalho a fim de verificar a conformidade com a legislação pertinente. Entre em contato conosco e saiba como podemos ser parceiros na promoção da saúde e segurança do trabalho.
Escrito por: Elidiane Alves | Consultora de Gestão de Terceiros na Bernhoeft