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A importância da apuração assertiva dos processos que envolvem as indenizações.
A temática das indenizações vem sobrecarregando os tribunais nos últimos tempos e continua sendo um assunto complexo e sensível. Isso porque, em sua maioria, trata-se de danos morais, materiais ou estéticos.
As indenizações têm como objetivo restabelecer a situação anterior ao dano ou, quando isso não é possível, oferecer uma compensação justa à vítima, de modo a mitigar os impactos negativos causados pela ação ou circunstância. Existem diversos tipos de indenizações em diferentes áreas do direito: cível, trabalhista, ambiental, entre outras.
Segundo os dados atualizados do TST, até 31 de agosto deste ano, os Danos Morais ocupavam o 7º lugar no ranking de assuntos mais recorrentes no Tribunal Superior Trabalhista, com mais de onze mil processos em julgamento. Um grande volume de ações judiciais e isso é apenas um exemplo.
Pensando nesse número e entendendo que estamos falando de uma área ainda muito subjetiva e ampla, entende-se que a compreensão profunda e precisa das especificidades envolvidas em cada tipo de dano é vital para a construção de argumentos sólidos e uma correta apuração dos cálculos judiciais.
Nesse artigo, falaremos mais sobre essa pauta, detalhando os tipos de danos, as diferenças entre eles, as áreas em que os processos judiciais podem correr e como acontece o trâmite judicial até chegar aos cálculos.
Dano Moral
O dano moral, também conhecido como dano extrapatrimonial, é um tipo de dano que ocorre quando há uma lesão ou ofensa aos direitos de natureza não patrimonial de uma pessoa. Está diretamente relacionado aos aspectos imateriais, como a imagem, dignidade, liberdade, honra, intimidade, reputação e estado emocional/mental.
Para que seja caracterizado o dano moral, é necessário que ocorra uma ação ou omissão que viole os direitos ou os valores e princípios fundamentais da pessoa, causando sofrimento, constrangimento, humilhação, tristeza ou abalo emocional. Esse tipo de dano é considerado subjetivo, uma vez que varia conforme as particularidades de cada indivíduo, suas crenças, valores e sensibilidades.
Algumas situações podem caracterizar dano moral, como ofensas verbais, difamação, calúnia, violência psicológica, atos que ofendam a dignidade de uma pessoa, discriminação por raça, gênero, orientação sexual ou religião. Situações em que haja humilhação ou constrangimento também entram no rol dos danos morais.
Falando sobre as indenizações por danos morais, para determinar a existência e a quantificação dos danos, é fundamental considerar fatores como a gravidade da conduta ofensiva, o impacto psicológico sofrido, a extensão da repercussão na vida pessoal e profissional da vítima, bem como a jurisprudência vigente.
Importante mencionar que cada caso é único, exigindo uma análise individualizada e criteriosa para estabelecer o valor adequado da indenização.
Dano Material
Os danos materiais são os prejuízos ou danos de natureza econômica ou patrimonial que uma pessoa ou entidade sofre devido a ações ilícitas, negligência ou condutas prejudiciais de terceiros. Esses danos estão diretamente relacionados a perdas financeiras tangíveis, como danos a propriedades, despesas médicas, lucros cessantes, desvalorização de bens e outras situações que impactam diretamente o patrimônio.
Nos processos judiciais, a compensação por danos materiais busca reverter ou reparar o prejuízo financeiro sofrido pela parte lesada, de modo a restabelecer sua situação econômica anterior à ocorrência do evento danoso. A avaliação dos danos materiais muitas vezes requer análises detalhadas e cálculos precisos, considerando os custos de reparação, substituição ou recuperação dos bens afetados.
Para calcular uma indenização de um dano material, alguns pontos devem ser levados em consideração. Um exemplo é a natureza do dano. No caso de despesas médicas, os cálculos podem ser baseados nos custos médicos efetivamente incorridos. No caso de lucros cessantes, pode ser necessário estimar o potencial de lucro que a parte autora deixou de obter.
Dano estético
Agora, sobre o dano estético no contexto jurídico, são danos que uma pessoa pode sofrer como resultado de um episódio ligado ao trabalho ou na vida (casos cíveis). Acidente ou lesão são exemplos. Esse tipo de dano está diretamente ligado à alteração da aparência física que cause prejuízos motores, à imagem corporal ou autoestima.
Nos processos legais, o dano estético é considerado um dano não patrimonial, ou seja, não envolve diretamente questões financeiras ou econômicas, mas sim aspectos relacionados à dignidade e à integridade pessoal da vítima.
Geralmente, ele está associado a lesões que causam cicatrizes permanentes, deformações visíveis, perda de membros ou outras alterações físicas que afetam negativamente a aparência externa da pessoa.
O valor da indenização por dano estético pode variar dependendo do grau de alteração física, do impacto emocional sofrido pela vítima e das circunstâncias específicas do caso. Requer uma avaliação sensível e técnica para determinar a compensação apropriada.
Processos trabalhista x Processos cíveis
As indenizações fazem parte dos processos trabalhistas e cíveis. Há algumas distinções importantes entre os dois pontos no que diz respeito às circunstâncias, critérios e abrangência das compensações.
No contexto dos processos trabalhistas, as indenizações têm um enfoque específico nas relações de trabalho. Surgem quando ocorrem danos relacionados ao ambiente de trabalho, como assédio moral, discriminação, condições inseguras ou negligência por parte do empregador.
As indenizações por dano moral, material ou estético em processos trabalhistas têm como base a proteção dos direitos e do bem-estar do empregado. São considerados não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos emocionais e psicológicos dessas situações no trabalhador.
A determinação das indenizações, embora siga critérios legais e jurisprudenciais, também leva em conta a relação empregatícia e os princípios trabalhistas.
Por outro lado, nos processos cíveis, as indenizações abrangem uma variedade mais ampla de situações e contextos. Elas não estão limitadas ao ambiente de trabalho, mas englobam disputas entre particulares, empresas ou instituições em diferentes esferas da vida cotidiana.
Nesses casos, as indenizações podem decorrer de acidentes de trânsito, danos causados à propriedade, negligência médica, difamação, entre outros eventos. A abordagem cível é mais ampla, contemplando danos morais, materiais e estéticos que não estão diretamente ligados ao trabalho.
Trâmite judicial e cálculos das indenizações
O trâmite judicial de um processo até chegar aos cálculos das indenizações envolve diversas etapas. Após a parte autora ingressar com a ação, o processo passa por fases de instrução, produção de provas e debates entre as partes. Quando se trata de quantificar as indenizações, especialmente em casos mais complexos, como danos morais, materiais ou estéticos, é comum seguir os seguintes passos:
Instrução Processual: durante essa fase, as partes apresentam suas alegações, documentos e provas que sustentam suas posições. A parte prejudicada deve comprovar a existência do dano, a relação causal com o evento e os impactos sofridos. Isso pode envolver evidências médicas, depoimentos de testemunhas e documentos que respaldem as alegações.
Designação de Perito e elaboração dos cálculos: o juiz pode optar por nomear um perito de sua confiança para auxiliar na quantificação dos danos. O perito é um especialista com conhecimento técnico específico, como contabilidade, medicina ou engenharia, dependendo da natureza do dano. No caso de cálculos de indenizações, o perito pode ser responsável por calcular os valores com base na extensão do dano, seja ele moral, material ou estético, de acordo com as provas apresentadas e os critérios legais aplicáveis.
Apresentação dos Cálculos: o perito apresenta seus cálculos em um laudo técnico, que é submetido ao juiz e às partes envolvidas no processo. Esse laudo detalha os métodos utilizados, os critérios adotados e os resultados obtidos na quantificação dos danos.
Contrapartida da Parte Reclamada: a parte reclamada tem o direito de contestar os cálculos apresentados pelo perito. Ela pode questionar as metodologias utilizadas, os valores estimados ou outras considerações técnicas.
É nesse momento que uma consultoria de cálculos judiciais pode desempenhar um papel importante. Uma perspectiva técnica e especializada para rever os cálculos proposto pelo perito (ou pela parte autora) pode fazer a diferença no valor final da ação.
Uma consultoria especializada pode identificar inconsistências nos cálculos, avaliar se os métodos utilizados estão de acordo com as normas técnicas e legais, além de fornecer relatórios para contestações embasadas.
Importância de uma apuração assertiva dos cálculos
A importância da apuração assertiva dos processos que envolvem indenizações, abrangendo danos morais, materiais e estéticos, não pode ser subestimada, especialmente para a parte reclamada. Uma correta apuração dos cálculos traz uma série de benefícios que vão além do aspecto financeiro, garantindo um desfecho justo e equitativo para ambas as partes.
Em primeiro lugar, uma apuração assertiva pode evitar o pagamento de valores injustos e majorados. Quando os cálculos são fundamentados em metodologias sólidas e em conformidade com as normas legais, a parte reclamada tem a segurança de que as indenizações estão sendo quantificadas de maneira objetiva e imparcial.
Além disso, pode possibilitar a parte reclamada apresentar contestações fundamentadas. A consultoria em Cálculos Judiciais oferece uma análise técnica especializada dos cálculos apresentados pela parte autora ou pelo perito nomeado pelo juiz. Isso permite identificar erros, inconsistências ou distorções nos cálculos, proporcionando à parte reclamada os argumentos necessários para defender seus interesses de maneira sólida e eficaz.
Uma apuração correta pode, ainda, contribuir para um processo mais transparente e eficiente, demonstrando o comprometimento da parte reclamada em tratar a questão de forma séria e profissional, garantindo que as indenizações sejam justas e adequadas, sem deixar de lado seus interesses.
Por fim, ao investir em uma consultoria de cálculos judiciais experiente, você tem segurança em estar cercado por uma equipe que fará o máximo pela sua empresa, dentro da legalidade, e que entende as complexidades das avaliações que precisam ser feitas.