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Acompanhamento do êxito processual, comprovando-se a redução dos desembolsos provisionados
O grande desafio de um Jurídico Interno é demonstrar para a alta direção e/ou o Conselho de Administração da Cia que o esforço empreendido tem gerado ganhos financeiros quantificáveis.
Para que isto ocorra, é necessário que se tenha uma Provisão bem ajustada e um confronto desta com o desembolso efetivo em cada processo.
As empresas costumam incorrer em dois erros graves:
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Deixam de apresentar os ganhos, e isso faz com que a alta direção enxergue que o setor gera apenas custo/despesa, sem agregar nenhum valor;
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Na ânsia de demonstrar um ganho, compara os desembolsos com provisões super avaliadas, gerando assim uma ilusão que, uma vez percebida, traz um descrédito para o setor que pode perdurar por anos.
O trabalho portanto começa por alinhar bem os critérios de provisionamento (ver dica número 2 que trata sobre a Cartilha), e segregar bem as funções, evitando que o Advogado apure ele mesmo um número que depois balizará o seu êxito (ver dica número 3).
Considerando então que o provisionamento é confiável, vale muito a pena monitorar de perto as teses defendidas, e que podem trazer um ganho.
Este ganho, portanto, não apenas pode, mas deve ser objeto de apuração e demonstração para os Diretores, presidência e Conselho de Administração, já que é o resultado concreto de uma busca por redução nos desembolsos com as ações trabalhistas.
Sabe-se que na justiça do trabalho existem inúmeras variações de condenação para a mesma situação, isso decorre por conta de interpretações diversas, súmulas locais, posicionamentos diferentes entre turmas julgadoras, sendo que o acompanhamento do êxito possibilita definir quais matérias podem ou não ser utilizadas em determinados tribunais.
Abaixo um exemplo sobre como o “Ganho real”, que seria aquele já homologado, pode ser apresentado:
No quadro abaixo, colocamos outra maneira de apresentar o ganho, desta vez indicando o que “Possivelmente será revertido”, já que a tese defendida é boa, mas o cálculo ainda não foi homologado:
Claro que, no êxito possível, é necessário o acompanhamento ao longo do tempo, colhendo assim, informações se realmente as matérias debatidas foram ou não acolhidas pela parte contrária ou pelo próprio juízo.
Esperamos que o conteúdo tenha sido útil.
Na próxima semana teremos mais uma dica.
Não deixe de ler em Boas Práticas sobre Gestão da Contingência Trabalhista –
Dica 1 – Controle adequado do prazo para cálculos trabalhistas x diminuição no valor das condenações
Dica 2 – Ganhos com a adoção de uma “cartilha” com parâmetros para os Cálculos de Risco
Dica 3 – Segregação clara de funções e responsabilidades
Dica 4 – Auditoria da Fase Processual – Sistema Jurídico x Site do TRT
Dica 5 – Monitoramento da quantidade de pareceres de concordância