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O impacto da Reforma Trabalhista e as mudanças em discussão na Nova Reforma de 2023

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A Reforma Trabalhista, promulgada em 2017, representou um marco significativo no cenário trabalhista brasileiro, trazendo diversas alterações nas regras e normas que regem as relações entre empregadores e empregados. Essas mudanças também tiveram um grande impacto nos processos de elaboração da folha de pagamento, afetando tanto as empresas quanto seus colaboradores. 

Agora, em 2023, uma nova onda de mudanças está sendo debatida, prometendo mudar significamente as leis trabalhistas novamente. Neste guia completo, destinado a empresários, gestores de empresas e profissionais de RH, exploraremos tanto os impactos da reforma anterior quanto as discussões em torno da atualização, fornecendo insights essenciais para navegar pelas complexidades do ambiente trabalhista moderno. 

Confira todas as informações no texto a seguir!


O que é a Reforma Trabalhista?
 

A reforma trabalhista de 2017 foi uma significativa revisão nas leis trabalhistas do Brasil, promulgada pela Lei nº 13.467 e que entrou em vigor em novembro do mesmo ano. Ela foi proposta e aprovada pelo então governo, com o objetivo de modernizar as relações de trabalho e estimular a economia do país. Essa reforma trouxe uma série de alterações nas normas que regem as relações entre empregadores e empregados. 

Ela gerou debates intensos entre os defensores, que acreditavam que ela traria maior flexibilidade ao mercado de trabalho, incentivando a criação de empregos, e os críticos, que argumentavam que as mudanças poderiam precarizar as condições de trabalho e reduzir direitos dos trabalhadores. 

Modernizar a legislação trabalhista, tornar o mercado de trabalho mais dinâmico e competitivo, estimular a geração de empregos, reduzir a informalidade e aumentar a segurança jurídica para as relações de trabalho eram os objetivos expostos quando a Reforma trabalhista foi aprovada, no entanto, as opiniões sobre o sucesso desses objetivos variam, e os impactos completos da reforma sobre a economia e o mercado de trabalho foram vistos ao longo desses anos. 

 

O que mudou nas relações de trabalho depois da Reforma Trabalhista? 

Em 2017, a Lei nº 13.467 introduziu uma reforma trabalhista marcante, trazendo mudanças profundas nas relações de trabalho brasileiras. O objetivo declarado era modernizar o mercado, estimular o emprego e aumentar a flexibilidade. Contudo, as discussões sobre o equilíbrio entre a flexibilidade e a proteção dos direitos dos trabalhadores foram acaloradas. 

A reforma permitiu que acordos e convenções coletivas tivessem mais peso nas negociações entre empregadores e empregados, podendo estabelecer condições diferentes das previstas na legislação em alguns casos, isso possibilitou maior flexibilização nas condições de trabalho, impactando, por exemplo, a jornada de trabalho, banco de horas e intervalos para descanso. 

Outro ponto foi a introdução do trabalho intermitente, permitindo que os empregadores contratassem funcionários por horas ou dias específicos, de acordo com a demanda. Além disso, a jornada de trabalho de 12×36 (12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso) foi regulamentada. 

A terceirização de atividades-fim das empresas ficou mais clara e amplamente permitida, o que possibilitou a contratação de trabalhadores terceirizados para funções diretamente relacionadas à atividade principal da empresa. 

As férias puderam ser divididas em até três períodos, sendo que um deles deve ter, no mínimo, 14 dias consecutivos, além disso, não podiam iniciar em dois dias que antecedam feriados ou repousos semanais remunerados. Não podemos esquecer da regulamentação do teletrabalho (home office), estabelecendo diretrizes sobre responsabilidades, equipamentos, despesas e controle da jornada de trabalho. 

Outros tópicos também mudaram, parcelamento de dívidas trabalhistas, prevalência de acordos sobre a lei e rescisão de contrato por acordo mútuo são alguns exemplos das mudanças previstas na Reforma trabalhista. 

 

A nova Reforma Trabalhista em discussão: antecipando as mudanças  

À medida que avançamos em 2023/2024, uma nova rodada de mudanças nas leis trabalhistas está sendo debatida. Embora ainda em fase de revisão, alguns temas centrais já estão em pauta, gerando expectativas e inquietações entre empresários, gestores e profissionais de RH.   

A discussão em torno da nova reforma trabalhista de 2023 oferece desafios e oportunidades significativos. A chave para navegar por essas mudanças está na busca pelo equilíbrio entre flexibilidade e proteção dos direitos dos trabalhadores. Ao se envolver ativamente nas discussões, esses líderes estão moldando o futuro do mercado de trabalho brasileiro, criando um ambiente mais justo, produtivo e sustentável para todos. Agora, veja alguns pontos que estão em discussão:  

  

  1. Trabalho aos Domingos: Maior Flexibilidade, Maior Responsabilidade

A discussão em torno da ampliação do trabalho aos domingos coloca em evidência a busca por uma maior flexibilidade no mercado de trabalho. A possibilidade de abrir as portas das empresas nesse dia pode significar mais oportunidades de emprego, especialmente em setores como o varejo e a gastronomia. No entanto, essa flexibilidade deve ser ponderada com uma análise profunda dos impactos na qualidade de vida dos trabalhadores.  

Ao permitir uma jornada de trabalho nos domingos, é necessário considerar como isso afetará o descanso semanal e o convívio familiar. O equilíbrio entre as atividades profissionais e pessoais é essencial para o bem-estar dos colaboradores. Portanto, qualquer mudança nesse sentido deve vir acompanhada de medidas que assegurem o respeito aos direitos dos trabalhadores e a promoção de um ambiente saudável e produtivo. 

  

  1. Distrato de Trabalho: Agilidade vs. Proteção dos Direitos

O conceito de demissão por distrato trouxe uma nova dinâmica para a rescisão de contratos de trabalho. Essa possibilidade oferece agilidade aos processos, permitindo que empregador e empregado cheguem a um acordo sem a necessidade de intervenção judicial. No entanto, essa agilidade também levanta questionamentos sobre a proteção dos direitos dos trabalhadores. 

Encontrar um equilíbrio entre facilitar a saída de um empregado e garantir a preservação dos direitos trabalhistas é crucial. A negociação por distrato não deve se tornar uma via para a exploração de trabalhadores, especialmente em situações de vulnerabilidade. Portanto, qualquer reforma nesse sentido deve estabelecer salvaguardas que garantam que as condições de trabalho e os direitos dos colaboradores sejam respeitados em todas as etapas. 

  

  1. Lei do Estagiário: Ampliação de Oportunidades com Responsabilidade

A possível reforma na lei do estagiário aponta para uma ampliação das oportunidades de aprendizado para os estudantes. A prorrogação do prazo de cumprimento de estágio após a conclusão do curso e a ampliação do tempo máximo como estagiário podem beneficiar jovens profissionais em formação. No entanto, essa mudança deve ser implementada com responsabilidade.  

É crucial assegurar que o sistema de estágio não se torne exploratório, garantindo que os estudantes tenham uma experiência valiosa e condizente com sua formação. Além disso, a ampliação do período como estagiário não deve prejudicar a entrada desses profissionais no mercado de trabalho efetivo. O equilíbrio entre a formação adequada e a oportunidade de vivenciar a prática profissional deve ser o cerne de qualquer mudança na lei do estagiário. 

  

  1. Reforma Sindical: Novas Dinâmicas e Diálogo Equilibrado

A discussão em torno da reforma sindical traz à tona a busca por uma representação mais equilibrada e eficiente dos interesses dos trabalhadores e empregadores. A legalização do locaute, permitindo que empregadores interrompam deliberadamente as atividades, introduz uma dinâmica diferente no cenário de negociações coletivas. No entanto, esse poder deve ser exercido com responsabilidade.  

A reforma sindical precisa encontrar formas de garantir a representatividade genuína de ambas as partes, promovendo um diálogo construtivo e equilibrado. A possibilidade de locaute não deve ser uma ferramenta de conflito, mas sim uma via para a resolução de questões complexas. O resultado desejado é um ambiente onde a negociação coletiva ocorra de maneira justa e transparente, beneficiando todos os envolvidos. 

  

  1. Motoristas de Aplicativo: Flexibilidade e Proteção dos Direitos

A regulamentação do trabalho dos motoristas de aplicativo é um dos debates mais desafiadores da atualidade. A possibilidade de enquadrá-los como Microempreendedores Individuais (MEIs) levanta a questão da flexibilidade desse tipo de trabalho. Embora essa categoria permita maior autonomia, a falta de direitos trabalhistas pode resultar em uma situação precária para esses profissionais. 

Encontrar um equilíbrio entre a flexibilidade que atrai muitos para esse tipo de trabalho e a proteção dos direitos básicos é uma tarefa complexa. A regulamentação deve ser construída de forma a garantir que esses trabalhadores tenham acesso a benefícios mínimos, como seguro-desemprego, auxílio-doença e descanso remunerado. A busca por uma solução equilibrada visa criar um ambiente onde os benefícios da flexibilidade não venham à custa dos direitos fundamentais dos trabalhadores. 

 

Preparando-se para o Futuro das Relações Trabalhistas 

Com as mudanças de 2017 e as discussões em torno da nova reforma, é evidente que o cenário trabalhista será diretamente afetado. Para enfrentar esses desafios é preciso se antecipar e compreender alguns cenários.   

Como por exemplo, educação contínua. Acompanhar as mudanças nas leis e nas tendências trabalhistas é fundamental. Invista em capacitação e treinamento para manter os seus profissionais atualizados.  

Utilizar sistemas de folha de pagamento automatizados pode garantir precisão nos cálculos e o correto cumprimento das obrigações trabalhistas e fiscais. Esses softwares costumam reduzir erros enquanto aumentam a eficiência e o tempo gastos nessas atividades. Ou seja, automação e tecnologia precisam ser frentes fortes em sua empresa.  

Auditorias internas periódicas nos processos de folha também podem te ajudar imensamente. Elas conseguem identificar possíveis erros, principalmente irregularidades, antes mesmo de se tornarem problemas mais graves. Mantenha a integridade dos processos da sua empresa.   

Por fim, talvez o mais especial, tenha o apoio de uma consultoria especializada. Contar com um parceiro nessas transições e, principalmente, no dia a dia, ajuda a evitar equívocos, aumenta as chances dos processos passarem ilesos a erros, além de assegurar uma equipe que estará lá por você, atento à legislação e suas mudanças. 

 

Passado e futuro: criando um ponto em comum 

À medida que o cenário trabalhista muda, mais uma vez, empresários, gestores de empresas e profissionais de recursos humanos encontram-se diante de uma difícil situação. A reforma trabalhista de 2017 foi um marco, trazendo consigo uma série de transformações nas regras que regem as relações de trabalho. Agora, em 2023, a discussão em torno de uma nova reforma trabalhista está em curso, com temas como trabalho aos domingos, distrato de trabalho, lei do estagiário, reforma sindical e regulamentação dos motoristas de aplicativo. 

Comparando com a reforma de 2017, fica evidente que a busca por um mercado de trabalho mais dinâmico, adaptável e equilibrado continua sendo uma prioridade. A flexibilização das jornadas, a facilitação dos processos de demissão e a regulamentação de novas formas de trabalho refletem a necessidade de adequar as leis trabalhistas às transformações sociais e econômicas em curso. No entanto, essas mudanças também carregam consigo desafios complexos. 

Um dos principais desafios reside em encontrar um ponto de equilíbrio entre a flexibilidade necessária para impulsionar a economia e a proteção dos direitos dos trabalhadores. A reforma de 2017 trouxe consigo um debate fervoroso sobre essa balança, com argumentos a favor da geração de empregos e contra a precarização das condições de trabalho. Em 2023, os mesmos debates se reacendem, exigindo um olhar atento para garantir que as mudanças não ocorram à custa do bem-estar dos trabalhadores.  

Para enfrentar os desafios da nova reforma trabalhista, é crucial fomentar um diálogo aberto e transparente entre todas as partes envolvidas. Empresários, gestores, sindicatos, trabalhadores e governo devem se unir para encontrar soluções que beneficiem a todos. A criação de comissões ou grupos de discussão podem ser uma forma eficaz de identificar os principais problemas e buscar soluções consensuais.  

Além disso, investir em capacitação e atualização constante é fundamental. A complexidade das mudanças requer um entendimento sólido das novas regras para evitar equívocos e irregularidades. Profissionais de recursos humanos e departamento pessoal devem estar preparados para aplicar as novas normas de forma precisa e responsável. 

Enquanto navegamos por essas mudanças, é importante lembrar que as reformas trabalhistas não são um fim em si mesmas, mas sim um meio para alcançar um mercado de trabalho mais justo e produtivo. Passar por essa reforma da melhor forma possível requer uma abordagem colaborativa, baseada no respeito mútuo e na compreensão das diferentes perspectivas.   

Ao manter o diálogo aberto, investir na capacitação e adotar a tecnologia de maneira inteligente, empresários, gestores e profissionais de RH podem enfrentar esses desafios de frente, construindo um futuro de forma que as relações de trabalho sejam mais equilibradas, adaptáveis e sustentáveis. A reforma trabalhista de 2023 é uma oportunidade para moldar o futuro do mercado de trabalho brasileiro de maneira positiva.